Em coletiva à imprensa, nesta quarta-feira, 23, lideranças PSOL anunciaram que o partido abre mão da candidatura de Professor Lucas ao Senado em favor do senador Paulo Paim (PT), candidato à reeleição. O Professor Lucas compõe a chapa ao senado com Berna Menezes, também do PSOL. A decisão de chamar o segundo voto para Paim foi tomada na manhã de hoje. O presidente estadual do PSOL, Roberto Robaina, contou que a decisão do partido foi aprovada por 10 votos a um, durante a reunião, da qual participou o Professor Lucas. Pedro Ruas, candidato ao governo do estado pelo PSOL, afirmou que o partido foi amadurecendo a decisão nas últimas semanas, com base nos resultados das pesquisas de intenção de voto, que indicam estar em risco a candidatura de Paulo Paim.
“Com candidaturas da direita ameaçando tomar um mandato que nós consideramos importante, resolvemos chamar o segundo voto do PSOL para Paim”, afirmou Ruas. Admitiu que tanto o PSOL como o senador Paim possuem propostas claras para os trabalhadores. As lideranças psolistas admiram o trabalho de Paim pelos direitos trabalhistas e previdenciários. Uma causa pela qual têm trabalhado juntos.
Paim chegou logo após Ruas declarar o apoio à sua candidatura. O senador petista agradeceu a posição assumida pelo PSOL e relatou que a deputada Luciana Genro (PSOL) sempre esteve ao seu lado, em busca do melhor para os trabalhadores. Na sua vez de falar, o Professor Lucas fez questão de dizer que não está apoiando o Partido dos Trabalhadores, mas sim, o trabalho que é realizado pelo senador Paulo Paim. “A minha decisão pessoal, não significa apoio ao PT”, declarou Lucas.
Divergências partidárias
Apesar de o PSOL oficializar apoio ao senador Paulo Paim, alguns lideres estaduais e nacionais do partido, como o candidato à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, não aceitaram a decisão da Executiva Estadual. Durante a coletiva, alguns militantes distribuíram um manifesto com vinte e cinco assinaturas, em que colocam cinco motivos pelos quais não apóiam Paulo Paim ao Senado. Duas das razões são o voto do senador a favor da Reforma Previdenciária de 2003 e o seu apoio ao governo federal.
O PSOL garantiu que não há acordo com o PT. Há apenas o fortalecimento da candidatura de Paim, para que possam, juntos, continuar a luta pelos direitos trabalhistas. Pedro Ruas afirmou, ainda, que a sua legenda continua sendo uma das mais críticos ao PT e que isso é reafirmado diariamente. Ressaltou que os psolistas são contra as grandes alianças.
O PSOL declarou não saber como ficará a propaganda eleitoral nesta última semana de campanha. Mas garantiu que, hoje ainda, será formalizada no TRE a desistência do Professor Lucas ao Senado. Ao final da coletiva, Paim falou da reação do PT à posição assumida pelo PSOL. Garantiu que foi muito positiva e que, tanto ele como o Partido dos Trabalhadores, têm clareza que é preciso conquistar o segundo voto dos demais partidos para que Paim seja reeleito.
Publicado em: Sul21